quinta-feira, 22 de abril de 2010

O REINO DO ÉPIRO: RESUMO HISTÓRICO

Introdução

O Épiro é uma região histórica da península balcânica que cobre parte da Grécia e da Albânia. Na Grécia é uma de suas periferias (Ήπειρος, Epeiros) e na Albânia é a região costeira de Çamëria (Chameria). O nome Épiro vem do grego Ἤπειρος, Epeiros (em grego dórico e no dos nativos do noroeste se usa a palavra Ἅπειρος, Apeiros). Épiro significa "continente". Acredita-se que vêm de uma raiz indo-européia (apero) que indica 'costa'. O nome foi originalmente aplicado para o continente oposto à ilha de Corcira (atual Corfu) e às ilhas jônicas. Abaixo, a região do Épiro entre a Albânia e a Grécia.
File:Epirus across Greece Albania4.svg
Segundo a mitologia grega, Épiro era filha de Equíon que acompanhou Cadmo e Harmonia, quando eles, deixando Tebas, migraram para o interior do país. Épiro morreu na Caônia e foi enterrada num bosque sagrado e seu nome acabou associado à região. Ainda segundo mitologia grega o rio Aqueronte (próximo a cidade de Parga) é um dos afluentes do mítico rio Estíge, o rio que conduzia ao mundo dos mortos. Abaixo, o rio Aqueronte.
Historicamente, a região limita-se com a Cadeia do Pindo, a leste; a grande ilha de Corfu e o Mar Jônico, a oeste; o Golfo Ambraciano, ao sul; e a Ilíria, ao norte. Há numerosos planaltos, planícies férteis, vales estreitos e lagoas. O clima é muito úmido, com chuvas abundantes e invernos frios; os rios mais importantes são o Aracto, o Tíamis e o Aqueronte. Na parte central, próximo à Cadeia do Pindo, fica o planalto de Dodona.
Na Antigüidade existiu na região um estado helenístico (o reino do Épiro) de breve duração, mas que chegou a fazer parte das lutas políticas dos outros estados gregos e a fazer frente à emergente e poderosa República Romana no século III a.C. As cidades mais importantes eram Dodona, Ambrácia, Cassope, Éfira, Nicópolis e Córcira, esta na ilha de Corfu. No Épiro ficavam dois dos mais famosos oráculos gregos: o de Zeus, em Dodona, e o dos mortos (Necromanteion), em Éfira (ruínas abaixo).
Os epirotas, falavam um dialeto grego do noroeste, diferente dos dórios das colônias gregas nas ilhas jônicas e usavam principalmente nomes gregos, como evidenciado pela epigrafia. Os epirotas parecem ter sido vistos com algum desdém por alguns escritores clássicos. O século V a.C., o historiador ateniense Tucídides descreve-os como "bárbaros", como faz igualmente Estrabão. Outros escritores, como Dionísio de Halicarnasso, Pausânias e Eutrópio os descrevem como gregos. O historiador Simon Hornblower interpreta os vagos, e às vezes até contraditórios, comentários de Tucídides sobre os epirotas como implicando que eles não eram completamente "bárbaros" nem completamente gregos, mas semelhante a estes últimos. Abaixo, mapa do antigo reino do Épiro.
O historiador N.G.L. Hammond opina que a principal estrutura social da epirotas era a tribo e que falavam um dialeto grego do oeste. Plutarco menciona um interessante elemento cultural dos epirotas sobre Aquiles. Em sua biografia do rei Pirro, ele afirma que Aquiles "tinha um status divino no Épiro e no dialeto local ele foi chamado ASPETOS" (significando “indizível”, “indizivelmente grande”, em grego homérico). Abaixo, representação de Aquiles (carregando o corpo de Ajáx): Os Eácidas diziam ser descendentes do lendário herói grego.
O Épiro foi ocupado pelo menos desde o período neolítico (c. 8000 a.C.), quando os caçadores e pastores habitavam a região e construíram grandes túmulos para enterrar seus líderes. Os túmulos micenos presentes na região indicam uma ligação ancestral entre o Épiro e a civilização micênica. Certamente, restos micenos foram encontrados no Épiro, especialmente nos mais importantes antigos locais religiosos na região, o Necromanteion (Oráculo dos Mortos) sobre o rio Aqueronte, e o Oráculo de Zeus em Dodona. Abaixo, locais dos túmulos micênicos no Épiro.
File:EpirusMycynaen.jpg
Os dórios invadiram a Grécia a partir do Épiro e da Macedônia, no final do 2 º milênio a.C. (circa 1100 -1000 a.C), embora as razões para a sua migração sejam obscuras. Os habitantes originais da região foram expulsos para o sul da península grega por causa da invasão e pelo início de 1º milênio a.C. três grupos principais de tribos de fala grega tinham surgido no Épiro. Estes foram os caônios, a noroeste do Épiro, os molossos no centro e no sul, os tesprotas. As três tribos diziam-se descendentes dos troianos. Na antiguidade, a região do Épiro foi conquistada pelas mesmas tribos nômades helênicas que conquistaram o resto da Grécia. Abaixo, elmo do tipo coríntio encontrado em Dodona, Épiro. Diferentemente da maioria dos outros gregos da época, que viviam dentro ou em torno de cidades-estados como Atenas ou Esparta, os epirotas viviam em pequenas aldeias e seu modo de vida era estranho ao das cidades gregas do sul. Sua região estava à beira do mundo grego e estava longe de ser pacífica; por muitos séculos manteve-se uma zona fronteiriça contestada pelos povos da Ilíria, da costa do Adriático e do interior. No entanto, dado ao seu afastamento geográfico, o Épiro tinha um significado religioso muito maior do que se poderia esperar devido à presença do santuário e oráculo de Dodona - considerado o segundo mais importante após o mais famoso oráculo de Delfos. Abaixo as tribos do Épiro e suas cidades e povos vizinhos.
Archivo:Map of ancient Epirus and environs.png

Os Caônios
Segundo a mitologia grega, após a guerra de Tróia, Neoptólemo, filho de Aquiles, dirigiu-se para a região do Épiro onde foi seu soberano. Ele trouxe consigo membros da corte troiana. Os caônios dizem derivar de Caon, irmão ou amigo de Heleno, filho de Príamo, rei de Tróia. Quando Heleno se tornou o governante do país deu a Caon uma parte dele para governar, a qual foi chamada Caônia. Os caônios, segundo o geógrafo Estrabão, eram a mais famosa das tribos epirotas. Tinham sua capital na cidade de Fênice, mas seu país eram um conjunto de aldeias e formavam mais um estado tribal do que uma sociedade hierarquizada nos moldes da Grécia clássica, que segundo Aristófanes, afirmava, fazendo um trocadilho, que o sistema de governo caônico era um caos. Seu dirigentes eram eleitos anualmente e no IV século a.C. e usavam o título de prostates ('protetor' em grego). Outros termos governamentais usados eram: grammateus ('secretário'), demiourgoi ('criadores'), hieromnemones ('de sagrada memória') e synarchontes ('cogovernantes'). Viveram em constantes combates com as tribos da Ilíria ao norte. Abaixo, ruínas de Fênice, capital dos caônios.
File:Thesauròs di Phoinike.jpg

Tesprotos
Segundo a mitologia grega, Tesproto, filho de Licaão, filho do rei Príamo de Tróia, era o líder dos pelasgos (povos pré-helênicos) e deu nome a um povo e a uma região no Épiro. Seu filho, Ambrax, deu nome a região de Ambrácia no Épiro. Tesproto construiu uma capital, Kychiro, que mais tarde se tornou a cidade de Éfira, onde havia o famoso oráculo dos mortos. Abaixo, ruínas de Éfira.
Necromanteio of Acheron

Os Molossos
A história da Molóssia, quanto ao período mais antigo, mantém estreito vínculo com a mitologia grega, uma vez que os antigos molossos eram tidos como descendentes de Molosso, um dos três filhos de Neoptólemo, que era filho do célebre guerreiro Aquiles. Posteriormente Molosso herdou o reino fundado por seu pai e deu nome a região. Da região veio uma raça de cães chamada de molossa por ser utilizada com frequencia pelos pastores da Molóssia. Os molossos ascenderam a uma posição dominante no Épiro. Da dinastia Eácida proveio Olímpia, mãe de Alexandre, o Grande, e Pirro, rei do Épiro que lutou contra os romanos. Abaixo, ruínas do santuário de Dodona, principal cidade dos molossos.
File:Dodona sanctuary.jpg

A Ascensão dos Molossos (470 -330 a.C.)
Os Eácidas (supostos descendentes de Éaco, avô do herói grego Aquiles) estabeleceram uma dinastia entre os molossos, que conseguiram criar um estado no Épiro em cerca de 370 a.C., expandindo o seu poder à custa de tribos rivais. Os molossos aliaram-se cada vez mais ao ascendente reino da Macedônia e em 359 a princesa molossa Olímpia, sobrinha do rei Arribas do Épiro, casou-se com o rei Filipe II da Macedônia. Ela se tornou a mãe de Alexandre, o Grande. Com a morte de Arribas, Alexandre I, o Molosso, irmão de Olímpia, sucedeu-o no trono com o título de Rei do Épiro.
Em 334, enquanto Alexandre, o Grande, atravessava a Ásia para lutar contras os persas, Alexandre Molosso liderou uma expedição ao sul da Itália em apoio das cidades gregas da Magna Grécia contra as tribos italianas vizinhas e a emergente República Romana. Após alguns sucessos no campo de batalha, foi derrotado por Roma e morto em batalha (c. 331 a.C.). Abaixo, locais das campanhas de Alexandre Molosso.

Unificação do Reino de Épiro (330-231 a.C.)
Em 330, quando da morte de Alexandre, o Molosso, o termo 'Épiro’ aparece como uma unidade política nos antigos registros gregos pela primeira vez, sob a liderança da dinastia dos Molossos (ou Eácidas). Posteriormente, as cunhagens de moedas dos três grandes grupos tribais epirotas chegou ao fim, e uma nova moeda foi emitida com a legenda epirota. Após a morte de Alexandre I, Eácides do Épiro, o sucedeu e abraçou a causa de Olímpia contra Cassandro nas questões da Macedônia, mas foi destronado em 313. Abaixo, efígies de Olímpia e Cassandro.
Olympias. Gold medaillon found at Abukir. Archaeological Museum of Thessaloniki (Greece). Photo Marco Prins.
Pirro, filho de Eácides, ascendeu ao trono em 295. Pirro, sendo um hábil general, foi encorajado a ajudar os gregos de Tarento contra Roma e decidiu dar início a uma grande ofensiva na península italiana e na Sicília. O conflito entre o Reino do Épiro e a República romana foi chamado de Guerras Pírricas. Devido a suas superiores habilidades militares, o exército epirota derrotou os romanos na Batalha de Heraclea (280 a.C.). Posteriormente, as forças de Pirro quase atingiram os arredores de Roma, mas tiveram que recuar para evitar um conflito desigual com um exército romano muito mais numeroso. No ano seguinte Pirro invadiu a Apúlia (279) e os dois exércitos se encontraram na Batalha de Ásculo onde os epirotas obtiveram uma vitória que lhes custou muito. Abaixo, mapa das Guerras Pírricas.Em 277, Pirro capturou a fortaleza cartaginesa de Eryx, na Sicília. Isto levou o restante das cidades cartaginesas aliadas do Épiro se desvincularem de Pirro. Além disso, ele começou a mostrar um comportamento despótico para com os gregos da Sicília e em breve os sicilianos se inflamaram contra ele. Apesar de ter derrotado os cartagineses em batalha, ele foi forçado a abandonar a Sicília. A campanha italiana de Pirro chegou ao fim após a inconclusiva Batalha de Benevento (275 a.C.).Tendo perdido a maior parte de seu exército, ele decidiu voltar ao Épiro, o que finalmente resultou no término de todas as suas participações nas guerras italianas. Por causa de suas duras e custosas vitórias, “vitória de Pirro” tornou-se o termo é usado frequentemente para uma vitória com custo devastador para o vencedor.

A Liga Epirota (231-167 a.C.)
Em 233 a.C., a rainha Deidamia, a última remanescente da casa real dos Eácidas, foi assassinada. Sua morte trouxe uma extinção abrupta para a família real epirota e uma república federativa foi criada, embora com território diminuído, visto que a Acarnânia ocidental declarou sua independência e os etólios conquistaram Ambrácia, Amfilóquia e o restante do norte do Golfo Ambraciano. A nova capital epirota foi estabelecida em Fenice, o centro político do caônios. As razões para a queda rápida da dinastia Eácida provavelmente são complexas. A pressão que os etólios devem ter desempenhado de um lado, e a aliança com a Macedônia, que pode ter sido impopular, e havia, talvez, as tensões sociais. No entanto, o Épiro permaneceu um estado substancial unificado sob a égide da Liga Epirota como um estado federativo com seu próprio parlamento (ou Sinédrio). Abaixo a Etólia e as regiões que conquistou do Épiro: Ambrácia e Acarnania.
File:Aetolia map.jpg
Nos anos seguintes, o Épiro enfrentou a ameaça crescente da expansionista República Romana, a qual enfrentou a Macedônia em uma série de guerras . A Liga manteve-se neutra nas duas primeiras Guerras Macedônicas (214 – 205 e 200-196 a.C.), mas dividiu-se na Terceira Guerra Macedônica (171-168 a.C.), com os molossos apoioando os macedônios e os caônios e tesprotas apoiando Roma. O resultado foi desastroso para o Épiro: a Molóssia foi conquistada por Roma em 167; 150.000 de seus habitantes foram escravizados e a região foi tão devastadoramente saqueada que levou 500 anos para o Épiro central se recuperar totalmente. Abaixo, a expansão da República Romana no segundo século a.C.


REFERÊNCIAS
http://www.e-grammes.gr/maps/epirus.jpg
http://en.wikipedia.org/wiki/Epirus_(ancient_state)
http://en.wikipedia.org/wiki/Epirus_(region)
http://en.wikipedia.org/wiki/Chaonians
http://www.ammoudia.co.uk/informations/ammoudia-informations/nekromanteion-of-acheron.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Thesprotians

terça-feira, 20 de abril de 2010

DEIDAMIA (235 – 231 a.C.)

Deidamia (também chamada de Laodamia por Marco Justino ) era uma princesa epirota filha de Pirro II, rei do Épiro. Ascendeu ao trono após a morte de seu primo Pirro III (235 a.C.) sendo que este reinou tão brevemente (menos de um ano) que alguns autores colocam-na como sucedendo diretamente a seu tio Ptolomeu (238 – 235 a.C.).
Ao assumir o trono teve que enfrentar a revolta dos epirotas da Ambrácia. Sua irmã Nereis, que era casada com o rei Gelon II de Siracusa, lhe enviou enviou 800 mercenários gauleses para auxiliá-la, que se juntaram a seus fiéis molossos (principal tribo epirota). Deidamia rapidamente avançou contra Ambrácia. Os ambracianos foram tentar fazer um acordo de paz, e Deidamia apenas exigiu que eles reconhecessem seus direitos sucessórios ao trono epirota e as honras de seus antepassados. No entanto, o clima de revolta e conspiração permanecia e Nestor, que fora guarda de Alexandre II, avô de Deidamia, foi aliciado para assassinar a rainha, mas desistiu do intento ao deparar-se com a rainha, pois reconhecia nela dignidade. Segundo o escritor Polieno, Nestor ficou olhando para o chão e meditando ao defrontar-se com Deidamia. No entanto, havia na população epirota descontente a determinação de garantir a sua liberdade por meio da eliminação da família real inteira. Deidamia se refugiou no templo de Ártemis onde foi assassinada por certo Milo, que fora condenado por matar a própria mãe e se livrou da pena ao matar a soberana. Segundo Polieno, doze dias depois, Milo começou a delirar e se suicidou.
Segundo Pausanias, após um breve e curto reinado, Deidamia morreu de causas naturais e deixou a seu povo escolher qual a melhor forma de governo que queriam. A partir daí se acabou o Reino do Épiro e se instituiu um sistema federativo conhecido como a Liga Epirota que pouco menos de 100 anos depois sumbia para o poderio da ascendente Repúlbica Romana. Abaixo, a Liga Epirota que sucedeu ao Reino do Épiro.

REFERÊNCIAS:

http://en.wikipedia.org/wiki/Deidamia_II_of_Epirus
http://el.wikipedia.org/wiki/Δηιδάμεια_Β'_της_Ηπείρου
Los héroes y las grandezas de la tierra: (1855) editado por Fernando Patxot Ferrer. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=gIXzPf_ZFpEC&dq=Sabilinto&source=gbs_navlinks_s

PIRRO III (235 a.C.)

Filho de Ptolomeu do Épiro foi o último representante masculino da dinastia eácida a ocupar o trono epirota. Ascendeu ao trono sob a tutela de sua avó Olímpia II e morreu no mesmo ano assassinado pelos ambrácios que visavam se libertar do Épiro. Sua tia Deidamia II assumiu o trono. Abaixo, ponte sobre o rio Aractos em Arta (antiga Ambrácia, capital do Épiro).

REFERÊNCIAS
http://es.wikipedia.org/wiki/Pirro_III_de_Epiro
http://ru.wikipedia.org/wiki/Пирр_III
Los héroes y las grandezas de la tierra: (1855) editado por Fernando Patxot Ferrer. Disponível em: http://books.google.com.br/books?id=gIXzPf_ZFpEC&dq=Sabilinto&source=gbs_navlinks_s

PTOLOMEU (238-235 a.C.)

Ptolomeu do Épiro era o segundo filho do rei Alexandre II e Olímpia II. Com a morte de seu pai, sua mãe assumiu a regência em nome de seus dois filhos menores, Pirro e Ptolomeu. Depois do reinado e da morte de seu irmão, Pirro II, no ano de 238 a.C. Ptolomeu herdou o trono. Abaixo, ruínas da antiga cidade de Paleros na Acarnânia.

Ele organizou uma expedição militar contra os etólios que haviam se apoderado de parte da Acarnânia, durante a qual ele ficou doente e morreu cerca de 235 a. C., embora o escritor grego Polieno, conte uma história diferente e diz que ele assassinado. Foi sucedido por seu filho Pirro III.

REFERÊNCIAS:
http://es.wikipedia.org/wiki/Ptolomeo_de_Epiro
http://ru.wikipedia.org/wiki/Пирр_III

PIRRO II (242 – 238 a.C.)

Pirro II era filho de Alexandre II e Olímpia II sendo seus irmãos Ptolomeu e Ftia. Quando da morte de seu pai (255 a.C.), Pirro não tinha idade para assumir o trono e sua mãe assumiu a regência do reino até ele atingir a maioridade (242 a.C.). Segundo Ateneu de Naucrátis (c. 200 d.C.), Pirro envenenou sua mãe por esta ter anteriormente envenenado sua amada Tigris, dama da Leucádia. Outras fontes, no entanto, asseguram que Olímpia sobreviveu à morte dos dois filhos, o que lhe causou grande tristeza. O mundo helenístico em torno de 240 a. C.
Pirro II reinou brevemente (cerca de quatro anos) morrendo de causas naturais. Deixou duas filhas Deidamia II e Nereis, que se casou com o tirano de Siracusa, Gelon II, com o qual teve Hierônimo II de Siracusa. O nome de Nereis foi encontrado nas ruínas do antigo teatro de Siracusa o que indica que ela tinha o título de rainha.
Pirro II foi sucedido por seu irmão Ptolomeu.

REFERÊNCIAS:
http://en.wikipedia.org/wiki/Pyrrhus_II_of_Epirus
http://el.wikipedia.org/wiki/Πύρρος_Β'_της_Ηπείρου
http://ca.wikipedia.org/wiki/Nereis_de_l'Epir

OLÍMPIA II (255 – 242 a.C.)

Olímpia foi rainha do rei Alexandre II, seu irmão, sendo filha de Pirro I, a águia do Épiro, não sendo conhecido o nome de sua mãe. De sua união com Alexandre teve três filhos: Pirro II, Ptolomeu e Ftia. Quando da morte do rei, em c. 255 a.C., ela assumiu a regência do reino em nome de seus dois filhos, Pirro e Ptolomeu, e com vista a reforçar-se contra a Liga Etólia deu (antes de 239 a.C.) a sua filha Ftia em casamento a Demétrio II, rei de Macedônia. Olímpia temia que a Liga Etólia lhe tomasse parte da Acarnânia que Alexandre II havia recebido como recompensa de seu apoio a Liga. Através da aliança com Demétrio II, ela garantiu sua soberania e a posse das terras acarnanianas. No entanto, Demétrio II já era casado com a princesa Estratonice, da dinastia selêucida da Ásia, mas isso não o impediu de contrair o novo matrimônio. Em 239, Estratonice, irritada com a bigamia do marido, volta à corte selêucida onde reina seu sobrinho Seleuco II Calínico onde tenta em vão persuadi-lo a vingar-se do rei macedônio. Abaixo, as Montanhas Pindo no Épiro.
Olímpia regeu o Épiro até a maioridade de seu filho Pirro II (242 a.C.). Segundo Marco Juniano Justino em sua obra Epítome de Pompeio Trogo, as mortes de Pirro II e de seu irmão Ptolomeu que o sucedeu fizeram com que Olímpia morresse de tristeza pela sua dupla perda. Mas, de acordo com Ateneu em sua Deiposophistae, que tem predileção por intrigas, Olímpia havia envenenado Tigris, uma donzela da Leucádia, que era o amor de seu filho Pirro II. Em vingança, Pirro II teria envenenado a própria mãe.

REFERÊNCIAS
http://en.wikipedia.org/wiki/Olympias_II_of_Epirus
http://el.wikipedia.org/wiki/Ολυμπιάδα_της_Ηπείρου

segunda-feira, 19 de abril de 2010

ALEXANDRE II (272 - 255 a.C.)

Alexandre II era filho de Pirro I, rei do Épiro, com Lanassa, filha do rei Agatocles de Siracusa na Sicília. Foi considerado um hábil guerreiro. Participou com seu pai das guerras na Itália(280 - 275 a.C.). Os gregos da Sicília pediram auxílio a Pirro (que não lograva êxito na sua luta com Roma) para ir a ilha e afastar a ameaça dos cartagineses. As cidades da Sicília foram em busca de Pirro por causa dos vínculos relacionais com a família de Agatocles, antigo rei de Siracusa, havendo um filho com o sangue de sua filha Lanassa. Alexandre, porém, permaneceu em Locri, no sul da península italiana, enquanto seu pai foi para a ilha (278 a.C.). Em 274 Alexandre retorna com seu pai para o Épiro. Abaixo, ilustração de moeda com a efígie de Alexandre II do Épiro.

Quando Pirro parte para a Macedônia e Grécia para lutar contra Antígono II Gônatas que disputava o trono macedônico com Pirro, Alexandre ficou como regente do Épiro. Seus irmãos, Ptolomeu, o primogênito, e Heleno, foram para as guerras com seu pai. Quando seu pai morreu em 272 a.C. Alexandre II assumiu o trono do Épiro, haja vista seu irmão mais velho ter morrido em combate contra os espartanos.
Alexandre enfrentou o rei ilírio Mitilo usando o estrategama de vestir seus homens com roupas ilírias confundindo o inimigo. Desde então, Alexandre viveu em paz com os ilírios. Alexandre continuou a luta de seu pai contra Antígono II pela Macedônia. Em 270, aproveitando que este estava assediando a cidade de Atenas, Alexandre invade a Macedônia. Antígono retornou rapidamente à Macedônia, mas com a deserção de suas tropas não pode expulsar o rei epirota. No entanto, o filho de Antígono, Demétrio, mais conhecido como Demétrio II Etólico, embora fosse adolescente, levantou um exército na ausência de seu pai e não só recuperou a Macedônia bem como conquistou o Épiro expulsando a Alexandre II que se refugiou na Acarnania. Abaixo, as regiões do Épiro, Acarnânia e da Liga Etólia.Graças ao apoio dos acarnanianos e de fiéis epirotas conseguiu recuperar sua realeza sobre o Épiro e fez aliança com a Liga Etólia que lutava contra a dominação macedônica sobre a Grécia. Com essa aliança, Alexandre II adquiriu territórios da Acarnânia.
Alexandre II é mencionado nos Éditos de Asoka, imperador indiano, que trabalhou para a propagação do budismo. Pode-se deduzir a partir do texto do Édito que houve proselitismo de budistas no Épiro nos dias de Alexandre II.
Alexandre havia se casado com sua irmã, Olímpia, conhecida como Olímpia II do Épiro, que lhe deu três filhos: Pirro, Ptolomeu e Ftia. Após a morte de Alexandre II (255 a.C.) Olímpia assumiu a regência do Épiro em nome de seus filhos.

REFERÊNCIAS:
http://el.wikipedia.org/wiki/Αλέξανδρος_Β'_της_Ηπείρου
http://en.wikipedia.org/wiki/Olympias_II_of_Epirus
http://es.wikipedia.org/wiki/Alejandro_II_de_Epiro